domingo, 1 de junho de 2008

Rock In Rio - 31 de Maio

Chegámos ao 2º dia de Rock In Rio !


Parque da Bela Vista, onde está situado o Rock In Rio, estava repleto de pessoas (não tantas como no dia anterior, pois aí os bilhetes tinha esgotado) .


O Palco Mundo "abriu-se" com os Skank, de seguida a cantora canadiana, Alinis Morissete, seguindo-se Alenjandro Sanz e por fim, Bon Jovi.


Passado 13 anos, os Bon Jovi, voltaram a Portugal, estado então, presentes no Rock In Rio.


Foi, até agora, o mais impressionante dos concertos da edição deste ano do Rock In Rio Lisboa.

Foi um um concerto cheio de confiançadee de um entusiasmo que, de tão palpável e genuíno, se tornou contagiante.

À espera de Jon Bon Jovi, Richie Sambora, Tico Torres, David Bryan e Hugh McDonald, o baixista que em 1994 substituiu oficiosamente o membro fundador Alec John Such, estava um Parque da Belavista a rebentar pelas costuras. Tal como na véspera, terão estado na Cidade do Rock mais de 90 mil pessoas – mas ao contrário do que aconteceu no primeiro dia, não houve lugar para actuações periclitantes ou prestações «apenas» competentes. Um concerto dos Bon Jovi faz-se, em 2008, de grandes sucessos como «You Give Love A Bad Name», «Livin’ On A Prayer» e «Always», bem como de amostras de um presente digno via «Lost Highway» ou «Whole Lot of Leavin’», temas mais recentes onde a banda de New Jersey arrasta a asa à folk.


Mas o que distingue os Bon Jovi de qualquer outra banda com um bom repertório para concertos de estádio é a entrega colocada em cada minuto do espectáculo. Jon Bon Jovi, cuja voz já não apresenta a elasticidade de outros tempos, sem no entanto comprometer, é um mouro de trabalho. Entretém uma multidão sem fim à vista – perdemos as contas às vezes que colocou a mão sobre os olhos, como quem tenta perceber onde acaba aquele mar de gente – e consegue fazer com que cada admirador sinta que é para ele que as palavras, os gestos, os esgares felinos são endereçados. É um entertainer notável, e a forma como agarrou o público desde o primeiro segundo – apesar de o arranque se ter feito com uma das suas músicas mais «jovens» - irá ficar para a história do Rock In Rio Lisboa.

Tal como outro «cliente» do Rock In Rio, Sting, Jon Bon Jovi envelheceu graciosamente, e os coletes justos, no final trocados por uma camisola da selecção nacional, continuam a mexer com as muitas senhoras presentes na plateia. Mas é injusto reduzir a prestação dos Bon Jovi ao seu líder carismático; ao guitarrista Richie Sambora, por exemplo, coube até cantar «I’ll Be There For You», balada do álbum New Jersey , de 1988.

Mais surpresas no alinhamento: «Born To Be My Baby», também de New Jersey , foi logo a segunda música da noite, pondo a Belavista a entoar o «na-na na-na!» que se segue ao refrão; «Runaway», o primeiro single de sempre dos Bon Jovi, com data de 1983, irrompeu pela noite com os seus teclados nervosentos, e «Bad Medicine», novamente de New Jersey , emparelhou lindamente com a mais recente «Have a Nice Day», que a antecedeu.
Tantos regressos ao passado não tiraram coerência ao espectáculo, permitindo até compreender como, na sua essência, a música dos Bon Jovi pouco mudou ao longo de quase 30 anos. Continuam a ser canções optimistas, a encher o peito de ar até ao refrão, que fazem mexer esta gente e os seus fãs. Foi assim em «You Give Love A Bad Name» - refrão exclamado «a capella» por quase 100 mil pessoas, impossível não arrepiar - , em «In These Arms», hit semi-esquecido de Keep The Faith , ou até em «Have A Nice Day», como que a provar que, neste «comboio», há fãs a entrar em todos os apeadeiros e muitos dos admiradores mais jovens só conhecem a banda há meia dúzia de anos.
Como se tudo isto não fosse suficiente, o concerto reservou ainda algumas surpresas ao público português – desde a passagem por «Mercy», de Duffy, e «Start Me Up» dos Rolling Stones a meio de uma versão bluesy de «Sleep When I’m Dead», à camisola da selecção portuguesa que Jon Bon Jovi envergaria no final do concerto, a noite de ontem foi rica em momentos para mais tarde recordar. Nenhum deles terá tido, porém, mais força que «Livin’ On A Prayer», ainda e sempre o hino de uns Bon Jovi «amigos do povo» e crentes num amanhã melhor. As primeiras frases da canção desenharam-se na penumbra, o resto da canção foi uma explosão – de emoções na plateia, de fogo de artifício no céu.
Os Bon Jovi podem fazer baladas como já não se usa e não ser propriamente bem vistos no circuito das bandas «cool», mas enquanto tiverem o público – merecidamente – a seus pés como ontem à noite, o gesto com que Jon Bon Jovi se despediu de Lisboa – de mão no peito – nunca parecerá descabido.

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